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Se a atualização sempre é necessária para todo profissional, é mais ainda no caso dos professores latino-americanos de hoje. (Lerner)

segunda-feira, janeiro 12

Concepções de Avaliação

Os objetivos do ensino, assim como cita o PCN, determinam a avaliação, ou seja, são eles que permitem a elaboração de critérios para avaliar a aprendizagem dos conteúdos. Esses critérios não podem, de forma alguma, ser tomados como objetivos, pois isso significaria um injustificável rebaixamento da oferta de ensino e, conseqüentemente, a não garantia de conquista das aprendizagens consideradas essenciais.

De acordo com a LDB 9394/96, artigo 24, inciso V, a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;

b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;

e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos;

A prática de avaliação que está inserida nas escolas tem a função de classificar os alunos e não diagnosticar, como deveria ser constituivamente, fazendo com que a mesma seja um julgamento de valor, como forma de “castigo” pelo desempenho inadequado que os alunos atingem.

Para Luckesi (2001), a prática de avaliação escolar, dentro do modelo liberal conservador, terá de, obrigatoriamente, ser autoritária, pois esse caráter pertence à essência dessa perspectiva de sociedade, que exige controle e enquadramento dos indivíduos nos parâmetros previamente estabelecidos de equilíbrio social, seja pela utilização de coações explícitas, seja pelos meios sub-reptícios, das diversas modalidades de propaganda ideológica. A avaliação educacional será, assim, um instrumento disciplinador não só das condutas cognitivas como também das sociais, no contexto da escola.

O aluno, para aprender, passa por um processo que não tem a lógica do conhecimento final, por isso, é preciso aceitar de que nenhum conceito, sendo ele número, quantidade, nasce com esse aluno ou é importado de fora, mas é preciso ser construído, e a maneira pela qual o professor concebe a cultura escolar e sua própria relação com o saber modula as distâncias entre o aluno e a escola, e a relação entre aluno e professor só terá sucesso se houver um diálogo, eliminando assim as diferenças, pois para o aluno obter um desempenho favorável, o mesmo terá que ser colocado ou reorientado para uma atividade que seja produtiva para ele.

Para compreender o sentido daquilo que se aprende não basta ser inteligível, assimilável, é necessário que o professor desenvolva atividades que sejam convenientes e significativas para o aluno. Sendo assim, há uma necessidade do professor apresentar uma concepção de aprendizagem para que o aluno possa avançar naquilo que ele já sabe a partir do que ele produz, e pensar no que fazer para que aprenda mais.

Segundo Weisz (2002), o salto importante que se deu no conhecimento produzido sobre as questões do ensino e da aprendizagem já permite que o professor olhe aquilo que o aluno produziu, enxergue aí o que ele já sabe e identifique que tipo de informação é necessária para que seu conhecimento avance no processo de aprendizagem como resultado da ação do aprendiz. A função do professor é criar as condições para que o aluno possa exercer a ação de aprender participando de situações que favoreçam isso, é preciso considerar o conhecimento prévio do aprendiz e as contradições que ele enfrenta no processo.

O professor precisa ser claro com os objetivos selecionados nos conteúdos que o mesmo irá aplicar em sala de aula, construindo assim conhecimentos de diferentes naturezas, conhecer seus alunos naquilo que eles já sabem, enxergar suas produções e construir estratégias que os levem a conquistar novos conhecimentos.

O bom uso da avaliação para um professor é a necessidade de reconhecer o que os alunos já sabem no momento em que é apresentado um novo conteúdo, pois o conhecimento construído por esses alunos é uma reconstrução dos conhecimentos prévios que os mesmos já possuem.


Para saber mais: WEISZ, Telma. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo. Ática, 2002.

BRASIL, Lei nº 9394 de 20 de Dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes da Educação Nacional. Curitiba. OPET, s/d.

_____, Secretaria de Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília. MEC/SEF, 1997

LUCKESI, Carlos Cipriano, (1995). Verificação ou Avaliação O que pratica a escola?
http//crmariocovas.sp.gov.br

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